domingo, 27 de setembro de 2009


Onde você está? Tenho saudade. Sinto falta do seu abraço, do som da sua risada.
Senta aqui comigo. Quer beber alguma coisa? Eu aceito uma taça de vinho. Uma não, duas. Mas se o papo ficar bom demais, me servirei de uma terceira.
Quero saber sobre você. Como vai a vida? Algo de novo pra contar? Pelo que você anda sorrindo nos últimos meses? E chorar? Você tem chorado por algo?
Eu estou longe pra não sentir. Não bebo pra evitar ficar sensível. Não quero saber de você porque dói. Fico com falta de ar. Uma vontade de me entregar à escuridão.
Sua vida continua sem mim. E a minha sem você. Mas sobreviver é tão diferente de viver!
Você tem um sorriso permanente no rosto. Fotos dos lugares para onde foi, festas nas quais esteve, amigos que encontrou. Você tem filmes preferidos, músicas que não deixa de escutar, a resposta na ponta da língua para definir quem você é.
Eu te invejo – porque você vive sem mim. Na verdade, nem sei se significo algo pra você. No fim, acho que estamos sempre de passagem, entrando e saindo da vida alheia, relações intensas com prazo de validade.
Um brinde à sua vida! E ao meu ódio intenso por querer que você me enxergasse. Nesse seu mundinho de pessoas, coisas e situações perfeitas. Você é hipócrita, mas eu te amo mesmo assim. Você não se revela, escorrega pelos meus dedos e me deixa sem palavras num vazio caótico e sem gravidade.
Sinto saudade. Mas é melhor ficar distante porque sua presença faz as minhas faltas latejarem. Sigo amando-te e odiando-te, querendo saber: como vai você?
Eu? Não sei pra onde vou.

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