sábado, 7 de março de 2009

SUBVERSIVA



A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de ÁguasRelincha como puta Nova Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beijaNos olhos os que ganham mal
Embala no colo Os que têm sede de felicidade E de justiça.
E promete incendiar o país.





Ferreira Gullar

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